HISTORIAL

23-06-2009 21:56

 

Os garranos são cavalos pequenos, descendentes dos cavalos representados nos desenhos existentes nas caves de Lascaux e Altamira. Provêm assim duma raça muito antiga presente no território português desde a pré-história, como se pode ver nas pinturas da era Paleolítica. Estes cavalos, depois cruzados com os pequenos cavalos dos Celtas, evoluíram para o cavalo do tipo Celta tal como o conhecemos hoje, com uma cabeça de perfil recto ou côncavo, pequeno, bem adaptado às zonas frias e húmidas das montanhas.

O garrano participou na fundação de Portugal no séc. XI, seguindo depois com os peregrinos na Estrada de S. Tiago, embarcado nas caravelas para o Novo Mundo, sempre ele, idêntico em aspecto e temperamento dos tempos imemoráveis até hoje: tem a paciência do burro e a força das mulas mas a docilidade dos póneis para crianças. Foi cavalo de padres, nobres, lavradores e generais. Carregou madeira e a extrema-unção sem vacilar, sobre os caminhos pedregosos e abruptos da húmida montanha lusitana, nesses lugares onde as nuvens passam rapidamente no céu e onde ainda voa a águia-real...

Os garranos são pequenos e ágeis, com cerca de 1,35m ao garrote, com as proporções de um pónei, um tronco forte e andamentos exóticos. A "andadura" é rápida e segundo os antigos romanos, era muito confortável. Diz-se que a "andadura" faz deslocar com suavidade e o conforto proporcionado ao cavaleiro era muito apreciado.

A palavra garrano deriva da raiz indo-europeia "gher", que significa "baixo, pequeno" e que originou a palavra "guerran", a palavra Galesa que significa cavalo. Na Inglaterra usa-se a palavra pónei; na Irlanda "gearron"; na Escócia "garron" e em Portugal ‘garrano’.

Com a passagem dos séculos e a revolução mecânica nas actividades agrícolas, o pequeno cavalo tornou-se supérfluo, descendo rapidamente em número e voltando novamente para as zonas inacessíveis do Gerês onde os cavalos domésticos locais se misturariam com os grupos de garranos bravios, formando novas manadas que em pouco tempo voltaram à sua organização e comportamento social ancestral.

Em 1943 a raça esteve à beira da extinção quando um pequeno grupo de sobreviventes, cerca de 30, foram apanhados e cuidados até que, em 1993, a Comunidade Europeia e o estado português se uniram para preservar a raça. Na última contagem avistaram-se cerca de 2000 garranos. A maioria deles vive no Noroeste, dentro do Parque Nacional do Peneda - Gerês.

 

 

 

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